sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sintese Letramento

Letramento e alfabetização: A arte de ensinar

Gisele C. de Figueiredo

            O termo letramento surgiu no Brasil a partir da segunda metade do século passado, em 1986, nas últimas duas décadas deste houve uma mudança quanto à maneira de pensar referente à leitura e a escrita. De modo que estudiosos percebem que a linguagem depende do contexto em que o individuo vive, incluindo tudo o que o cerca. A partir disso podemos afirmar que o aprendizado não é algo apenas individual, pois este inclui o contexto social e as relações com o outro.
            O conceito de letramento foi desenvolvido em seu campo teórico para o qual contribuíram diversas disciplinas das ciências humanas, que são: a sociologia, a história, a antropologia, a psicologia, a lingüística e os estudos literários.
 Em se tratando de Letramento e esse serem um processo de aquisição da leitura e da escrita  na vida do ser humano, principalmente no período de alfabetização, onde, o mesmo está em construção em relação a seu mundo de palavras e conhecimentos.
      Vários estudos foram direcionados a alfabetização e muitas conclusões foram obtidas para o aperfeiçoamento e a melhoria da qualidade da aprendizagem durante esse processo.
      Ao longo da história passamos a adequar nossa necessidade conforme exigência da sociedade, paralelo a esse processo a alfabetização foi reformulando seus conceitos e se adequando à maneira que fosse mais aceita pela sociedade. Desprendemo-nos das cartilhas que levavam para a sala uma forma de ensinar através de pontilhados e repetitivas lições.
      A partir do final da década de 80, a alfabetização e o letramento vem sendo pensados numa perspectiva em que, além de se valorizar a construção do conhecimento da leitura e da escrita, tem se dado importância também a interação social. É a teoria de Vygotsky, que permeia o processo de alfabetização na perspectiva sócio-interacionista.
Segundo Soares (1998), alfabetização e letramento são dois processos dependentes e associáveis. A inserção do indivíduo no mundo da escrita dá-se pelo processo de aquisição do sistema convencional da mesma e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desses sistemas em diversas atividades e também nas práticas sociais que envolvem a língua e a escrita, temos a partir desse momento a alfabetização e o letramento.
            Conforme Soares (1998) letramento é a condição que o indivíduo adquire perante a sociedade posteriormente a ter se apropriado da escrita. É principalmente um conjunto de práticas socialmente construídas que envolvem a leitura e a escrita, desenvolvidas por processos sociais mais abrangentes e responsáveis por reforçar ou questionar valores, tradições e formas de distribuição de poder presentes nos contextos sociais.
            Para Soares (1998) o letramento traz consigo duas dimensões: A individual e a social.
            A dimensão individual são habilidades encontradas na leitura e na escrita, acontece desde o domínio do código até entender o significado de um texto, diz respeito da forma em que o individuo estabelece seu aprendizado com seu meio de vida. Como ele utiliza à escrita e a fala, nas dimensões sociais, profissionais, enfim cotidianamente.
            A dimensão social é como o indivíduo emprega seu conhecimento em prol de sua vida em diferentes situações propostas a ele. Oferecendo a sociedade o acesso à escrita bem como a fala de forma a estabelecer um parâmetro de como utilizá-la em várias situações de forma autônoma e com a certeza de um conhecimento adquirido com vista de sempre renovar suas habilidades. Então se entende que essa dimensão está relacionada com as práticas sociais, ou seja, o que as pessoas fazem com as habilidades e os conhecimentos relacionados com a leitura e a escrita.
            Vimos ao longo da história às transformações ocorridas na escola, as várias concepções pedagógicas que passaram por testes e que às vezes usadas de formas catastróficas no cenário brasileiro.
            Masagão (1999) expõe um estudo sobre letramento realizado junto à população paulistana, de forma que foram identificados domínios relacionados ao uso da escrita e da leitura no cotidiano de pessoas jovens e adultas:
  • A expressão da subjetividade: que diz respeito à leitura e à escrita de cartas, diários;
  • O planejamento e o controle: o ato de fazer uma lista de compras. Usando a escrita de forma mais complexa ou de maneira mais simples;
  • A busca de informação e aprendizagem: é utilizada por pessoas com níveis de escolarização mais elevadas. Com a finalidade de adquirir novos conhecimentos para se atualizar e formar opinião e autonomia.
Trazendo a tona até que ponto a escola oferece as oportunidades para que as pessoas desenvolvam cada um desses domínios que certamente, não serão desenvolvidas com atividades repetitivas, centradas e controladas pelo livro didático ou pelo professor.
      Entretanto, para que o indivíduo aproprie-se socialmente da escrita é preciso que seja realizado mediante seus usos sociais, ou seja, o educador quando for trabalhar textos, levar aos alunos vários gêneros e textos reais que estes têm acesso na própria vida prática. Devido que essa é uma das formas de contribuir para que os educandos adquiram sua emancipação na escrita e na leitura, e assim sejam capazes de promover uma série de transformações em sua vida.
      Masagão (1999) descreve que é preciso que todo o professores estejam conscientes de que a capacidade de ler para buscar informações e aprender com autonomia é resultado de um investimento prolongado, que pode durar desde a educação básica até a educação superior.
      Temos que reconhecer como educadores e formadores de cidadãos, para tal, não basta somente alfabetizar, mas, expor o aluno a diferentes usos de escrita e leitura, proporcionar uma inclusão no mundo social e cultural dos indivíduos verdadeiramente autônomos e capazes de através da leitura e da escrita encontrarem uma maneira de informar-se, buscar noticias, selecionar leituras para seu crescimento intelectual, partindo dessas informações teremos leitores mais proficientes, autônomos, descobridores de quem são e o que são capazes de fazer com o conhecimento adquirido.   
      É importante considerar que a criança detém conhecimentos antes de ingressar na escola, mesmo sendo de classes sociais diferentes. Pois a mesma quando chega à escola traz consigo uma forma de falar correspondente ao local em que vive, assim sendo cabe ao educador saber como trabalhar as diferenças dialetais destas.
      Entretanto cabe a escola acolher, crianças de classes populares a mais favorecidas, de forma que estas que são menos abastadas não possuem um contato assíduo com a leitura, pois muitas das vezes ao seu redor não observam indivíduos leitores, já nas classes mais favorecidas as crianças tem mais acesso, como bibliotecas, internet, compra de livros, etc.
      Cabe então ao educador levar à escola a diversidade de gêneros textuais e textos reais vinculados à sociedade, como: revistas, jornais, bilhetes, panfletos, etc. Desse modo as crianças  possam ter contato e aprendizagem com o que circula na própria sociedade. Tais atitudes transformam a sala de aula em um ambiente alfabetizador promovendo assim um conjunto de situações de letramento dos quais os alunos tenham oportunidade de participar e conhecer.
      Teberosky (1994) afirma que mesmo que  os indivíduos sejam provenientes de ambientes sociais desfavorecidos, esses por sua vez não são  pessoas totalmente iletradas, de alguma forma tiveram contato com a escrita ou leitura, nem que seja indiretamente.
Por fim a escola deve proporcionar um ambiente estimulador, fornecer a criança um ambiente rico com vários gêneros textuais visando ao desenvolvimento de habilidades à competência do aluno. Essas múltiplas capacidades de ensinar as habilidades e competências necessárias fazem com que a escola possa criar situações que permita aos educando participar efetivamente de práticas letradas.
      Portanto cabe ao educador criar meios aos seus alunos para que se tornem agentes leitores e escritores, que sejam indivíduos que saibam escrever de maneira coerente e coesa, e que ao ler determinado assunto possam compreender e refletir sobre o mesmo. Construir cidadãos que saibam se expressar de diferentes maneiras na sociedade e que possuam ciência de suas opiniões e que saibam formá-las de maneira consciente.


Referências Bibliográficas

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento, 5ª edição. São Paulo. Contexto, 2007.
LEITE. Sérgio. Alfabetização e Letramento. Contribuições para as práticas pedagógicas. 3ª Edição. Coleção Alle Leitura e Escrita.
RIBEIRO. V.M. Alfabetismo e atitudes. São Paulo/Campinas: Ação Educativa/Papirus. 1999
CARVALHO. Marlene. Alfabetizar e Letrar. Um diálogo entre a teoria e a prática. 3ª Edição. Vozes.
SILVA. Élson (Docente da UEG e Mestre em Educação pela Ung). Reflexões acerca do letramento: origem, contexto histórico e características.



Letramento e alfabetização: A arte de ensinar

Gisele C. de Figueiredo

            O termo letramento surgiu no Brasil a partir da segunda metade do século passado, em 1986, nas últimas duas décadas deste houve uma mudança quanto à maneira de pensar referente à leitura e a escrita. De modo que estudiosos percebem que a linguagem depende do contexto em que o individuo vive, incluindo tudo o que o cerca. A partir disso podemos afirmar que o aprendizado não é algo apenas individual, pois este inclui o contexto social e as relações com o outro.
            O conceito de letramento foi desenvolvido em seu campo teórico para o qual contribuíram diversas disciplinas das ciências humanas, que são: a sociologia, a história, a antropologia, a psicologia, a lingüística e os estudos literários.
 Em se tratando de Letramento e esse serem um processo de aquisição da leitura e da escrita  na vida do ser humano, principalmente no período de alfabetização, onde, o mesmo está em construção em relação a seu mundo de palavras e conhecimentos.
      Vários estudos foram direcionados a alfabetização e muitas conclusões foram obtidas para o aperfeiçoamento e a melhoria da qualidade da aprendizagem durante esse processo.
      Ao longo da história passamos a adequar nossa necessidade conforme exigência da sociedade, paralelo a esse processo a alfabetização foi reformulando seus conceitos e se adequando à maneira que fosse mais aceita pela sociedade. Desprendemo-nos das cartilhas que levavam para a sala uma forma de ensinar através de pontilhados e repetitivas lições.
      A partir do final da década de 80, a alfabetização e o letramento vem sendo pensados numa perspectiva em que, além de se valorizar a construção do conhecimento da leitura e da escrita, tem se dado importância também a interação social. É a teoria de Vygotsky, que permeia o processo de alfabetização na perspectiva sócio-interacionista.
Segundo Soares (1998), alfabetização e letramento são dois processos dependentes e associáveis. A inserção do indivíduo no mundo da escrita dá-se pelo processo de aquisição do sistema convencional da mesma e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desses sistemas em diversas atividades e também nas práticas sociais que envolvem a língua e a escrita, temos a partir desse momento a alfabetização e o letramento.
            Conforme Soares (1998) letramento é a condição que o indivíduo adquire perante a sociedade posteriormente a ter se apropriado da escrita. É principalmente um conjunto de práticas socialmente construídas que envolvem a leitura e a escrita, desenvolvidas por processos sociais mais abrangentes e responsáveis por reforçar ou questionar valores, tradições e formas de distribuição de poder presentes nos contextos sociais.
            Para Soares (1998) o letramento traz consigo duas dimensões: A individual e a social.
            A dimensão individual são habilidades encontradas na leitura e na escrita, acontece desde o domínio do código até entender o significado de um texto, diz respeito da forma em que o individuo estabelece seu aprendizado com seu meio de vida. Como ele utiliza à escrita e a fala, nas dimensões sociais, profissionais, enfim cotidianamente.
            A dimensão social é como o indivíduo emprega seu conhecimento em prol de sua vida em diferentes situações propostas a ele. Oferecendo a sociedade o acesso à escrita bem como a fala de forma a estabelecer um parâmetro de como utilizá-la em várias situações de forma autônoma e com a certeza de um conhecimento adquirido com vista de sempre renovar suas habilidades. Então se entende que essa dimensão está relacionada com as práticas sociais, ou seja, o que as pessoas fazem com as habilidades e os conhecimentos relacionados com a leitura e a escrita.
            Vimos ao longo da história às transformações ocorridas na escola, as várias concepções pedagógicas que passaram por testes e que às vezes usadas de formas catastróficas no cenário brasileiro.
            Masagão (1999) expõe um estudo sobre letramento realizado junto à população paulistana, de forma que foram identificados domínios relacionados ao uso da escrita e da leitura no cotidiano de pessoas jovens e adultas:
  • A expressão da subjetividade: que diz respeito à leitura e à escrita de cartas, diários;
  • O planejamento e o controle: o ato de fazer uma lista de compras. Usando a escrita de forma mais complexa ou de maneira mais simples;
  • A busca de informação e aprendizagem: é utilizada por pessoas com níveis de escolarização mais elevadas. Com a finalidade de adquirir novos conhecimentos para se atualizar e formar opinião e autonomia.
Trazendo a tona até que ponto a escola oferece as oportunidades para que as pessoas desenvolvam cada um desses domínios que certamente, não serão desenvolvidas com atividades repetitivas, centradas e controladas pelo livro didático ou pelo professor.
      Entretanto, para que o indivíduo aproprie-se socialmente da escrita é preciso que seja realizado mediante seus usos sociais, ou seja, o educador quando for trabalhar textos, levar aos alunos vários gêneros e textos reais que estes têm acesso na própria vida prática. Devido que essa é uma das formas de contribuir para que os educandos adquiram sua emancipação na escrita e na leitura, e assim sejam capazes de promover uma série de transformações em sua vida.
      Masagão (1999) descreve que é preciso que todo o professores estejam conscientes de que a capacidade de ler para buscar informações e aprender com autonomia é resultado de um investimento prolongado, que pode durar desde a educação básica até a educação superior.
      Temos que reconhecer como educadores e formadores de cidadãos, para tal, não basta somente alfabetizar, mas, expor o aluno a diferentes usos de escrita e leitura, proporcionar uma inclusão no mundo social e cultural dos indivíduos verdadeiramente autônomos e capazes de através da leitura e da escrita encontrarem uma maneira de informar-se, buscar noticias, selecionar leituras para seu crescimento intelectual, partindo dessas informações teremos leitores mais proficientes, autônomos, descobridores de quem são e o que são capazes de fazer com o conhecimento adquirido.   
      É importante considerar que a criança detém conhecimentos antes de ingressar na escola, mesmo sendo de classes sociais diferentes. Pois a mesma quando chega à escola traz consigo uma forma de falar correspondente ao local em que vive, assim sendo cabe ao educador saber como trabalhar as diferenças dialetais destas.
      Entretanto cabe a escola acolher, crianças de classes populares a mais favorecidas, de forma que estas que são menos abastadas não possuem um contato assíduo com a leitura, pois muitas das vezes ao seu redor não observam indivíduos leitores, já nas classes mais favorecidas as crianças tem mais acesso, como bibliotecas, internet, compra de livros, etc.
      Cabe então ao educador levar à escola a diversidade de gêneros textuais e textos reais vinculados à sociedade, como: revistas, jornais, bilhetes, panfletos, etc. Desse modo as crianças  possam ter contato e aprendizagem com o que circula na própria sociedade. Tais atitudes transformam a sala de aula em um ambiente alfabetizador promovendo assim um conjunto de situações de letramento dos quais os alunos tenham oportunidade de participar e conhecer.
      Teberosky (1994) afirma que mesmo que  os indivíduos sejam provenientes de ambientes sociais desfavorecidos, esses por sua vez não são  pessoas totalmente iletradas, de alguma forma tiveram contato com a escrita ou leitura, nem que seja indiretamente.
Por fim a escola deve proporcionar um ambiente estimulador, fornecer a criança um ambiente rico com vários gêneros textuais visando ao desenvolvimento de habilidades à competência do aluno. Essas múltiplas capacidades de ensinar as habilidades e competências necessárias fazem com que a escola possa criar situações que permita aos educando participar efetivamente de práticas letradas.
      Portanto cabe ao educador criar meios aos seus alunos para que se tornem agentes leitores e escritores, que sejam indivíduos que saibam escrever de maneira coerente e coesa, e que ao ler determinado assunto possam compreender e refletir sobre o mesmo. Construir cidadãos que saibam se expressar de diferentes maneiras na sociedade e que possuam ciência de suas opiniões e que saibam formá-las de maneira consciente.


Referências Bibliográficas

SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento, 5ª edição. São Paulo. Contexto, 2007.
LEITE. Sérgio. Alfabetização e Letramento. Contribuições para as práticas pedagógicas. 3ª Edição. Coleção Alle Leitura e Escrita.
RIBEIRO. V.M. Alfabetismo e atitudes. São Paulo/Campinas: Ação Educativa/Papirus. 1999
CARVALHO. Marlene. Alfabetizar e Letrar. Um diálogo entre a teoria e a prática. 3ª Edição. Vozes.
SILVA. Élson (Docente da UEG e Mestre em Educação pela Ung). Reflexões acerca do letramento: origem, contexto histórico e características.



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